o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) realizou, no Recife, a última reunião do ano de seu Conselho de Ética, responsável por analisar as denúncias feitas por consumidores – ou abertas pela própria entidade – a respeito de campanhas e ações publicitárias feitas em diferentes canais de mídia.

Ao longo de 2019, o Conar julgou diversos processos para analisar se anunciantes e agências cometeram alguma irregularidade na mensagem, tom ou na maneira escolhida para se dirigir aos espectadores. Para balizar os julgamentos, o Conselho usa como base o Código de Ética do Conar, elaborado pelos profissionais do próprio setor para definir padrões éticos na publicidade brasileira.

Por conta das festas de fim de ano, a entidade anunciou a suspensão dos processos em avaliação até o dia 12 de janeiro, quando as atividades serão retomadas.

A reportagem de Meio & Mensagem fez um compilado de alguns dos processos do Conar que mais geraram repercussão ao longo deste ano. Relembre os casos:

O Instagram da Anitta
A cantora Anitta esteve envolvida em dois processos julgados no Conar em 2019 por conta de postagens em suas redes sociais. A primeira situação aconteceu em seu março, na comemoração do aniversário da artista. Para agradecer aos fornecedores que colaboram com a execução da festa de aniversário, a artista publicou uma galeria de fotos no Instagram. Em três dessas imagens eram exibidos produtos da Coca-Cola, Bacardi e Bombay Sapphire e Skol Beats.

O problema encontrado pelo Conar, que abriu a ação após a denúncia de um consumidor, foi a falta de identificação de conteúdo publicitários nas postagens e, por isso, determinou a sustação dos posts. Como defesa, a equipe de Anitta respondeu que a publicação foi feita de maneira espontânea e que não se tratava de uma ação comercial. Mesmo assim, a equipe pediu desculpas ao Conselho de Ética e prometeu acatar as regulamentações do Conar, apagando as imagens logo em seguida.

Outro caso envolvendo Anitta e Conar aconteceu em outubro, pouco depois de a cantora ter sido anunciada como a head de criatividade e inovação de Skol Beats. Logo após esse anúncio, a marca da Ambev apresentou o primeiro produto resultante da parceria com Anitta: a Skol Beats 150 BPM. O problema aconteceu quando Anitta postou, também em seu Instagram, uma imagem do produto. O Conar abriu um processo pelo fato de a mensagem não ter identificação de conteúdo publicitário e pelo fato de o público da cantora nas redes sociais ser predominantemente jovem. A entidade determinou a sustação das imagens e advertiu a Ambev.

A idade de Pabllo Vittar
Outro caso envolvendo ações com bebidas alcoólicas aconteceu em fevereiro deste ano, quando o Conar abriu um processo para analisar a participação da Skol no clipe “Seu Crime”, lançado por Pabllo Vitar naquele mês. A queixa tinha uma razão: as regras do conselho de ética proíbem que qualquer pessoa menor de 25 anos participe de campanhas e ações publicitárias – e de acordo com informações em reportagens e entrevistas com a cantora, Pabllo teria, na época da ação, 24 anos. A Ambev e a cantora, no entanto, prestaram esclarecimentos sobre a idade da artista e o processo, posteriormente, foi arquivado.

A riqueza de Bettina
Uma das personagens mais citadas na publicidade do ano, Bettina, da Empiricus, também foi alvo de um processo aberto pelo Conselho de Ética do Conar. Em maio, quando um dos vídeos da empresa viralizou na internet, o Conar determinou a sustação imediata da campanha. O problema era o teor da mensagem – na qual Bettina dizia ter acumulado, rapidamente, um patrimônio de R$ 1 milhão – apenas com os conselhos das publicações da Empiricus. Além do Conar, o caso da publicidade da Empiricus gerou também multa e punição na Fundação Procon-SP. Apesar de todos os problemas, a empresa ainda utilizou Bettina em uma nova versão da publicidade, lançada em outubro deste ano, na qual a jovem pedia desculpas pelo “erro” na mensagem anterior.
O poliamor do Burger King
Em fevereiro, o Burger King colocou no ar uma campanha protagonizada por um trisal. O relacionamento entre uma moça e dois rapazes gerou críticas nas redes sociais e, após ter recebido queixas de consumidores, o Conar abriu processo para analisar o caso. Por unanimidade, os conselheiros analisaram que não havia qualquer problema na campanha e arquivaram o processo. E o Burger King ainda fez piada com a situação, criando uma nova versão do filme publicitário em que os personagem eram apresentados como um trio de “poliamigos”.
 
Via Meio&Mensagem.

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