CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, ficou US$ 7,2 bilhões mais pobre na última sexta-feira, 26. As ações da rede social caíram 8,3% – o maior recuo em três meses – após alguns dos maiores anunciantes do mundo declararem que irão interromper a veiculação de anúncios publicitários na plataforma por algum tempo.
O Facebook – e, mais para o fim da semana, o Twitter – vêm enfrentando um boicote que começou nas redes sociais, nos Estados Unidos, com algumas marcas e que, com o passar dos dias, ganhou proporções maiores. Entidades ligadas à movimentos civis daquele país deram início ao movimento #StopHateForProfit (“Pare de Dar Lucro ao Ódio”, na tradução), para pressionar anunciantes e grandes empresas a retirarem suas verbas publicitárias das plataformas do Facebook por acreditarem que a companhia não vem atuando de forma eficaz para coibir e diminuir os discursos de ódio publicados nas timelines.
Embora as críticas em relação à maneira como as redes sociais, de modo geral, permitem a livre publicação de discursos e ideias que por vezes pode ser ofensivas – ou então, conter informações inverídicas – sejam um tema presente na indústria da comunicação há algun anos, o estopim para a crise atual aconteceu após a eclosão dos movimentos em prol da igualdade racial, que tomaram diversas cidades dos Estados Unidos recentemente, após o assassinato do segurança George Floyd. Assim que os primeiros protestos nas ruas começaram, o presidente do país, Donald Trump, usou suas redes sociais para sugerir que a polícia reprimiria com violência as manifestações. “Quando começarem os saques, começam os tiros”, escreveu Trump em seu perfil no Twitter e no Facebook.
A maneira como a rede social de Mark Zuckerberg reagiu à postagem do presidente foi determinante para dar corpo às críticas. Enquanto o Twitter sinalizou a mensagem do líder estadunidense com um rótulo de conteúdo incitador de violência, o Facebook não fez qualquer filtragem na postagem. Zuckerberg e outros executivos da companhia chegaram a dizer que, de forma pessoal, repudiavam a declaração, mas a companhia, institucionalmente, manteve o discurso de que não poderia interferir na liberdade de expressão.
O crescimento do boicote
Desde a semana passada, diferentes organizações ligadas aos direitos civis, inclusive a Liga Antidifamação, decidiram usar outra estratégia para cobrar uma reação da rede social. As entidades começaram sugerir a anunciantes que interrompessem a veiculação de publicidade no Facebook no mês de julho, como uma forma de ajudar a não fomentar a rede social que, na visão dessas organizações, é permissiva em relação aos discursos de ódio.
O protesto começou a ganhar a adesão de marcas com importante presença em território estadunidense, como The North Face, Patagonia, REI, Ben & Jerry’s, Eddie Bauer e Magnolia Pictures. Na sexta-feira, 26, a gigante de tecnologia Verizon também comunicou que deixaria de anunciar temporariamente na rede social.
A onda cresceu, no entanto, com o anúncio da Unilever, que não apenas seguiu às demais emissoras no boicote, como ampliou a restrições. A companhia, que é um dos maiores anunciantes do mundo, declarou que não irá anunciar mais no Facebook, Instagram e nem no Twitter até o fim de 2020. A dona das marcas Dove, Hellmann’s e Clear, dentre outras, afirmou que irá direcionar seus investimentos em publicidade para outras mídias. De acordo com o banco de dados e plataforma de inteligência Pathmatics, a Unilever destinou US$ 42,3 milhões para o Facebook em 2019. “Continuar anunciando nessas plataformas no momento não agregaria valor às pessoas e à sociedade. Vamos monitorar continuamente e revisaremos nossa posição atual, se necessário”, afirmou a Unilever em comunicado. Ainda segundo a companhia, a forte polarização que toma conta dos Estados Unidos por conta da proximidade das eleições também colabora para o ambiente nocivo das redes sociais.
A retirada da Unilever foi o ingrediente principal para a desvalorização do Facebook, que perdeu US$ 56 milhões de valor de mercado na última sexta-feira. De acordo com o Bloomberg Billionaires Index, a queda do valor das ações fez o patrimônio de Zuckerberg recuar para US$ 82,3 bilhões – e o derrubou em uma posição no ranking das pessoas mais ricas do mundo. Antes, Zuckerberg estava em terceiro, atrás de Jeff Bezos e Bill Gates e, agora, foi ultrapassado por Bernard Arnault, chefe da Louis Vuitton.
A adesão da Coca-Cola
A sexta-feira, 26, ainda reservava outro acontecimento negativo para as finanças das redes sociais. No final do dia, a Coca-Cola divulgou um comunicado para anunciar que pausaria a publicidade em todas as plataformas digitais por um prazo de 30 dias. A marca justifica a atitude por conta de uma revisão de suas políticas de anúncios digitais. No comunicado, a empresa apontou casos de racismo e outras manifestações de ódio que não foram solucionadas pelas grandes empresas de tecnologia. “Não há lugar para o racismo no mundo e não deve haver nas redes sociais. Tomaremos esse tempo para readequar nossas políticas de publicidade e determinar as revisões, caso sejam necessárias”, declarou James Quincy, CEO da Coca-Cola, na nota.
No sábado, 27, outra grande marca global, a Diageo, também anunciou que não fará publicidade nas principais redes sociais durante o mês de julho. A única plataforma em que a companhia de bebidas manterá os anúncios é o YouTube. Em manifestação nas redes sociais, a Diageo declarou que “se esforça em promover a diversidade e inclusão também em suas campanhas de marketing” e que a partir de 1º de julho irá pausar, globalmente, a publicidade paga nas maiores plataformas sociais. “Continuaremos conversando com os parceiros de mídia a respeito de como eles estão lidando com esse conteúdo inaceitável”, declarou a Diageo.
A resposta de Zuckerberg
Em meio a esses anúncios de sexta-feira, 26, Zuckerberg se manifestou para falar sobre as maneiras como o Facebook vêm procurando coibir discursos de ódio e desinformação em suas plataformas. “Especificamente, estamos expandindo nossa política de publicidade para proibir afirmações de que pessoas de uma raça, etnia, origem, religião, casta, orientação sexual, identidade de gênero ou imigrantes sejam tratadas como ameaça à integridade física ou a saúde das demais pessoas”, declarou.
O CEO e fundador do Facebook também reforçou as novas políticas da plataforma em relação à eleição dos Estados Unidos. Segundo ele, a rede social terá um hub de conteúdo e informações sobre a corrida eleitoral, que reunirá as postagens de candidatos e autoridades políticas. A companhia já havia anunciado, há alguns dias, a criação de uma ferramenta que permite que os usuários bloqueiem anúncios políticos, se assim desejarem.
Fonte: www.meioemensagem.com.br
O Instagram anunciou na terça-feira, 30, durante a F8 — conferência do Facebook voltada para desenvolvedores realizada em San Jose, na Califórnia –, que começará a experimentar uma forma de ocultar as curtidas e visualizações de vídeo na plataforma. A mudança começa pelo Canadá e tem a intenção, segundo a plataforma, de atrair mais publicação de conteúdo em vez de estimular métricas de popularidade.
Outro fator decisório da medida — porém não confirmada pelo Instagram, pois o mesmo a negou — seria em ressonância aos debates sobre ansiedade e autoestima que ascenderam por causa de redes sociais, em que o número de seguidores, visualizações, curtidas, comentários e compartilhamentos acabam servindo como medida de aceitação e popularidade. “Se as redes sociais são espaços para pessoas se expressarem e se sentirem bem, é preciso analisar o impacto que elas causam na vida real, de fato. É comum vermos corrida por likes, pessoas tentando ser populares e terem visões distorcidas da realidade. O usuário é mais do um like, seu conteúdo deveria valer mais do que isso”, diz Inaiara Florêncio, diretora de Social Media da SunsetDDB.
Por outro lado, curtidas estão entre as métricas que agências e marcas utilizam para avaliar o engajamento de criadores de conteúdo na internet e selecionar aqueles com maior conexão à estratégia de comunicação. Uma possível mudança dificulta essa seleção, assim como uma mensuração rápida da aderência do conteúdo. Com o fim dos likes, uma possibilidade é que influencers entreguem relatórios à agência ou marca, já que apenas o dono do perfil terá acesso ao número de curtidas e visualizações. Para Danilo César Oliveira, fundador da Bird, aceleradora de talentos, as curtidas “para as marcas, atualmente é um KPI importante, que faz parte do índice de engajamento do creator, porém não será impactado porque ele continuará tendo acesso aos números, só não será público. E as marcas conseguirão mapear através de software de monitoramento”.
Agências de influenciadores apontam que as curtidas já não são mais o fator principal na estratégia de marcas. “Há um tempinho já se sabe que é insuficiente defender a entrega de uma campanha ou de um canal baseando-se apenas no número de curtidas”, afirma Adrianne Elias, sócia fundadora da ContentHouse e da CoCreators. A executiva explica que a métrica é apenas uma das variáveis de análise em um contexto maior. Para Inaiara Florêncio, os comentários e compartilhamentos ganharão ainda mais relevância, junto do próprio conteúdo.
O Instagram começa a testar o fim das curtidas no Brasil a partir desta quarta-feira (17). A medida já estava em discussão desde o primeiro semestre e, agora, será oferecida a todos os usuários brasileiros.
E aí, conta pra gente, o que você do fim dos likes no Instagram?
Fontes: https://www.meioemensagem.com.br/home/midia/2019/05/03/como-o-fim-das-curtidas-no-instagram-impacta-a-publicidade.html
https://exame.abril.com.br/tecnologia/fim-das-curtidas-instagram-comecara-teste-para-ocultar-likes-no-brasil/
O uso indevido dos dados de usuários do Facebook novamente volta para pauta com a matéria lançada esta manhã no site da BBC. Nela há a denúncia que funcionários da empresa haviam criticado práticas da Cambridge Analytica meses antes do que se sabia.
A Cambridge Analytica foi uma empresa de análise de dados que alinhava as informações com comunicação estratégica para eleições. Trabalhou para a campanha presidencial de Donald Trump, e também para a do Brexit, visando a saída do Reino Unido da União Europeia. O papel da CA e o impacto sobre essas campanhas tem sido contestado e é objeto de investigações criminais em andamento tanto nos Estados Unidos quanto no Reino Unido.
Confira na íntegra a matéria da BBC abaixo:
Empregados do Facebook manifestaram preocupação sobre práticas de coleta de dados pela consultoria Cambridge Analytica três meses antes do que se pensava, de acordo com documentos que tramitam na Justiça americana.
Um funcionário que trabalhava nos EUA avisou a colegas sobre a atividade em setembro de 2015.
O Facebook afirma ter descoberto o uso indevido de dados de 87 milhões de pessoas apenas em dezembro daquele ano.
Segundo a empresa, disse que o alerta de setembro diria respeito a um assunto diferente.“Nós agimos”
De acordo com os documentos da Justiça americana, um funcionário denunciou à empresa o comportamento da Cambridge Analytica e discutiu a situação com colegas, inclusive em e-mails.
No entanto, não foram revelados detalhes sobre as conversas, uma vez que partes dos documentos foram excluídas do processo judicial.
Em 2015, o jornal britânico The Guardian publicou que a Cambridge Analytica havia coletado dados de milhões de pessoas coletados através de um teste de personalidade criado pelo pesquisador Aleksandr Kogan e sua empresa, a GSR.
Depois, essas informações foram usadas para dirigir propaganda política segmentada nos EUA.
Quando o escândalo veio à tona, o Facebook enfrentou críticas generalizadas. No Reino Unido, a empresa precisou pagar uma multa equivalente a cerca de R$ 2,5 milhões ao órgão britânico de proteção de dados.
Ainda segundo a rede social, o caso de setembro de 2015 e o revelado pelo Guardian são “duas coisas diferentes”.
“Em setembro de 2015, funcionários ouviram especulações de que a Cambridge Analytica estaria coletando dados, algo que infelizmente é comum em qualquer serviço de internet”, afirmou.
“O Facebook não estava ciente da transferência de dados da Kogan/GSR para a Cambridge Analytica até dezembro de 2015”.
“Quando o Facebook ficou sabendo da violação das nossas políticas de uso de dados, nós agimos.”
Acesso em 25 de março: https://www.bbc.com/portuguese/geral-47677272
Estação Hack, é a novidade do Facebook no Brasil. É um centro de inovação e empreendedorismo criado para brasileiros. Voltado para jovens com até 20 anos de idade, de baixa renda. O projeto, irá trabalhar no desenvolvimento de novos talentos e startups. Além de workshops, sobre empreendedorismo. É um projeto muito esperado pelo público brasileiro, pois além de promover novos talentos, irá valorizar pequenas empresas e novos empreendedores a alavancarem seus negócios. Serão ofertados 7.400 bolsas de estudo em áreas de planejamento e gestão. Os cursos serão ministrados pelos parceiros do Facebook, como Centro de Empreendedorismo, Junior Achievement, MadCode, Mastertech, Negócios da FGV (GVcenn) e Reprograma. A Estação estará localizada em São Paulo, na Avenida Paulista, 1374, Bela Vista – SP e deverá ser aberta até o final do ano.
E você, o que achou da novidade?!